Todos os dias, ficamos no meio de uma tempestade de estímulos que buscam nos convencer a comprar, acreditar ou mesmo odiar. Estes estímulos possuem diferentes fontes e, atualmente, a principal delas são as mídias sociais. Através delas, consumimos informações, nos comunicamos e também formamos nossa percepção da realidade e de nós mesmos. Mas isso não ocorre de maneira “pura”, existindo toda uma engenharia social criada para gerar o sentimento de necessidade e urgência, mesmo quando não existe uma razão real para isso.
Experimente pensar: onde ficam os seus pensamentos na maior parte do dia e quais os motivos que te encoraja a trabalhar mais, mesmo pagando o preço de ter menos tempo para si e para as pessoas que ama… esses dois fatores se ligam a uma necessidade real ou a algo que te fizeram acreditar que você precisava?
Mas, e se a inovação “diminuísse” ao invés de “aumentar”? e se ela “concentrasse” ao invés de “expandir”? ou então, se ela “prolongasse” ao invés de “substituir”? Se inovação, de maneira simplificada, consiste em resolver problemas, ela pode (e deve) ser aplicada ao problema de perdermos parte importante de nossa vida em função de necessidades que não são reais.
Essa inovação que diminui a demanda, mas equilibra o que é natural do ser humano, nem sempre é bem vinda, já que o “crescimento do mercado” demanda exatamente o oposto! Já pensou como seria se roupas pudessem ser “impressas” e recicladas ao invés de compradas a cada estação, como acontece com parte da população que possui o comportamento de sempre buscar uma peça nova e alinhada à moda? E se equipamentos fossem feitos para durar por muitos anos (como eram antigamente) e não com uma obsolescência programada de apenas alguns. Em um primeiro momento, a opinião contrária a isso seria que a indústria “não teria giro e entraria em colapso”, mas será que apenas isso aconteceria? nada de bom seria trazido com o fato de precisarmos comprar um equipamento apenas uma ou duas vezes em toda a nossa vida?
A inovação que “contrai” o mercado, mas expande a vida é uma opção, embora pouco adotada e até combatida, mas ainda assim ela é uma opção. Enquanto ela não é o padrão para o mundo externo, como seria se você pudesse aplicá-la no seu universo interno e resistir a tudo o que querem que você pense, sinta e faça?